"Nunca mais jogarei no Maracanã". "Lembro daquele jogo em que marquei um gol no último minuto e saí de campo com o título de campeão". "Deixei a Bombonera em silêncio". "Fui ídolo no Barcelona, Real Madrid, Milan e Inter". "Como era bom entrar em campo e ouvir a torcida cantar o meu nome". "Vou sentir saudade daquele friozinho na barriga antes de grandes decisões". "Não terei mais a oportunidade de disputar e conquistar uma Copa do Mundo". Já passou pela sua cabeça, nobre leitor, como é difícil para um jogador de futebol encerrar a carreira e deixar todas as emoções/sensações citadas acima para trás, escondidas na memória? Pois bem, Ronaldo passará os próximos anos de sua vida relembrando os grandes momentos da sua carreira. Contará histórias para amigos, familiares e jornalistas, mas não poderá sentir novamente a emoção de um atuar por determinado time, disputar um Mundial ou conquistar um título.
Nada me deixa mais irritado do que ouvir/assistir jornalistas afirmando categoricamente que fulano ou ciclano deveria parar agora, amanhã, mais tarde, daqui a um mês, no próximo semetre ou no fim do ano. Será que esses mesmos profissionais em sã consciência não imaginam o quanto deve ser angustiante para um jogador que fez história pendurar as chuteiras? Já imaginou como será o dia seguinte a decisão de aposentar-se?
Tenho absoluta certeza que o agora ex-atleta sentirá falta até de dar um simples autógrafo, de ser agarrado por fãs loucas, de ficar concentrado por 24 horas ao lado de outros companheiros. E o pior de tudo, a "vida" do jogador dura 20 anos, em média. Imagina então um ídolo que reside no Brasil, onde um craque logo é esquecido. Alguns chegam a ser barrados nos seus antigos clubes (alguém ainda se lembra a forma com que Zico deixou o Flamengo no ano passado?).
Se Romário queria marcar 1000 gols antes de parar, a opção é dele. Se Ronaldo queria lutar por um título da Libertadores, o problema é dele. Como alguém tem capacidade de mandar o goleiro Marcos se aposentar? Acham mesmo que não é uma escolha única e exclusivamente dos jogadores?
Por isso, faço uma recomendação a estes "especialistas" que gostam de determinar ou estipular quando e como um jogador deve pendurar as chuteiras: preocupem-se com as suas respectivas aposentadorias. Afinal, serão muito mais tristes se comparada a do Fenômeno. Isto porque, Ronaldo podérá descansar em berço esplêndido. Já os jornalistas/comentaristas/especialistas/palpiteiros não podem nem sonhar ou imaginar em descansar.
Ronaldo foi fenômeno como jogador. Por tudo que fez, é imortal. Ele, infelizmente, só nao irá mais nos encantar com seus dribles, gols e magicas dentro de campo. Ainda assim, por tudo que fez, será idolo eterno.
ResponderExcluirRonaldo é ícone.
Jornalistas, alguns néscios, são infelizes em declarações e, na busca por um furo e na sede por cumprir a pauta, falam besteira demais. Tem razao quando diz que so o jogador sabe a hora de parar... Mas Ronaldo não parou... ele apenas nao vai jogar futebol... Ronaldo, Pelé, Zico, Maradona ou Puskas... nunca param, são imortais!